segunda-feira, 2 de julho de 2012

Brasileiros no Vale do Silicio

É na região do Vale do Silício, na Califórnia, que muitas empresas importantes para a história da computação e da tecnologia se encontram. É o caso, por exemplo, da Microsoft, Apple, Google, Intel e AMD. Além disso, figuras eminentes, como Bill Gates e Steve Jobs, conquistaram suas fortunas dentro do Vale.
Mas brasileiros também estão conquistando os seus espaços naquela região e pelo menos cinco deles se destacam ao trabalhar com produtos de grande renome e decisivos para o cenário atual, como Android, Kinect e Instagram. E, para começar a lista, vamos falar de uma brasileira que se formou pelo MIT e hoje conduz empresas no Vale do Silício.

1. A limonada de Isabel Pesce Mattos

O ditado é claro: se a vida lhe der limões, faça uma limonada. E, pelo visto, essa foi uma lição que a fundadora da empresa Lemon, Bel Pesce, aprendeu muito bem. Com apenas 24 anos de idade, essa paulistana é formada na área de computação, matemática, economia e administração, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), além de já ter trabalhado para empresas como Microsoft, Google e o próprio MIT.
Isa
bel Pesce participando da TED Global 2012, na Escócia 
Para quem não conhece, Lemon é também o nome do aplicativo criado pela companhia de Bel, usado para ser uma espécie de carteira virtual. Esse app é capaz de controlar seus gastos em diversos cartões e, também, organizar de maneira virtual os recibos e notas fiscais entregues coletados durante as compras. O Lemon é um dos apps dessa categoria mais baixados para smartphones: foram mais de 1 milhões de usuários em apenas 3 meses após o lançamento.
Além de participar do programa TED Fellows 2012, que reúne jovens empreendedores e inovadores de diversas partes do mundo, Isabel também lançou o e-book gratuito “A Menina do Vale”, que contêm valiosas dicas de empreendedorismo e já foi baixado por mais de meio milhão de pessoas.

2. Mike Krieger, co-fundador do Instagram

Filho de executivo, Mike Krieger viveu em diversas partes do mundo, como Estados Unidos, Buenos Aires e Portugal. Depois de mais uma temporada no Brasil, foi estudar na Universidade Stanford, nos EUA. Lá, Krieger conheceu Kevin Systrom e, juntos, tiveram uma ideia que iria revolucionar a maneira de interagir com a arte da fotografia: um aplicativo para iPhone que simulasse efeitos de câmeras antigas.
Mike Krieger, o brasileiro por trás do Instagram (Fonte da imagem: The Setup)
Não se faz necessário falar mais sobre o Instagram, pois qualquer pessoa minimamente familiarizada com o mundo dos smartphones já conhece o app. Aqui no Tecmundo, por exemplo, já publicamos infográfico sobre os impressionantes números que rodeiam o software e até demosdicas de uso da aplicação. Sem deixar de lado, é claro, o fato de que essa invenção despretensiosa acabou sendo vendida, no primeiro semestre de 2012, por US$ 1 bilhão ao Facebook, dos quais Krieger embolsou 100 milhões.

3. Paulo da Silva: animando o mundo com Grooveshark

Imagine a seguinte situação: você chega para uma entrevista de emprego e encontra três entrevistadores de bermuda e chinelo em uma sala sem mesas, onde os computadores estão sendo usados em cima de caixas de papelão. Você aceitaria trabalhar nessa empresa?
Paulo da Silva leva música para a vida de milhões de pessoas (Fonte da imagem: Arquivo Pessoal/Folha)
Pois o desenvolvedor paulistano Paulo da Silva, de 24 anos, não só resolveu encarar o desafio como ajudou a desenvolver um dos serviços online mais famosos dos últimos tempos: o Grooveshark, site que conta com cerca de 15 milhões de músicas para serem ouvidas livremente, via streaming, por mais de 30 milhões de usuários cadastrados.
Hoje, Paulo é programador sênior do Grooveshark e vive na Flórida. Em entrevista para a revista Exame, confessou que quase não possui arquivos pessoais em seu computador: “Todas as minhas músicas estão no Grooveshark, as minhas fotos no Picasa, meus emails no Gmail, e os vídeos e documentos no Google Docs. O modelo streaming é uma evolução do rádio. Agora o usuário pode decidir exatamente onde e quando quer escutar música.”

4. Alex Kipman: o responsável pelo Kinect

Em vez de os humanos se adaptarem às tecnologias, por que o contrário não pode acontecer? Foi com essa linha de pensamento que o Curitibano Alex Kipman seguiu para criar o Projeto Natal, que mais tarde deu origem ao Kinect, acessório usado pelo Xbox para reconhecer os movimentos físicos do jogador como forma de interação com os games.
O curitibano Alex Kipman é o responsável pela invenção do Kinect (Fonte da imagem: Isto É)
Kipman começou a se aventurar no mundo da computação por volta dos 10 anos de idade, iniciando faculdade anos depois, no Rochester Institute of Technology, em Nova York. Além de ter fundado uma empresa de tecnologia aos 19 anos, Alex também trabalhou escrevendo software para supertelescópios da NASA. Hoje, na Microsoft, é responsável por identificar e desenvolver novas tecnologias para a empresa.

5. Hugo Barra, gerente mundial do Android

Enquanto estava cursando Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Minas Gerais, Hugo Barras conheceu detalhes sobre o processo de seleção do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um ano depois, estrou para o MIT, onde cursou Ciências da Computação e chegou a trabalhar no laboratório de inteligência artificial do próprio instituto. Não demorou muito para que fosse descoberto pelo Google e convidado a integrar uma das equipes da gigante da internet.
Hugo Barra, de Belo Horizonte, é gerente mundial do Android (Fonte da imagem: Estadão)
Barra começou adaptando serviços da empresa para a plataforma móvel, como o Gmail e, com o passar do tempo, conquistou novos cargos, chegando ao atual: gerente mundial do Android. E o SO do Google está em boas mãos. Em entrevista para a revista Superinteressante, o mineiro de 35 anos declarou querer “ter certeza de que o sistema operacional é o melhor e mais rico possível”.

6. Ron Czerny, pioneiro na entrega de conteúdo móvel

Talvez você não saiba, mas a primeira empresa dos Estados Unidos a entregar para celular, diretamente ao consumidor, foi criada por um paranaense. De acordo com a revista Isto É Dinheiro, Ron Czerny, de 43 anos, conseguiu identificar o novo mercado norte-americano em ascensão e fundou, em 2003, a PlayPhone, companhia focada em entretenimento para celulares, sem a participação das operadoras.
Ron Czerny, fundador da PlayPhone (Fonte da imagem: The Droid Guy)
Por ser um nicho de mercado muito novo para época, a PlayPhone enfrentou algumas dificuldades até conseguir estabilidade, em 2005. Uma das grandes sacadas de Czerny foi firmar parcerias com empresas de grande porte, como Cartoon Network, SEGA e Sony Music. Em 2009, a companhia de Czerny teve faturamento de US$ 100 milhões.

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